terça-feira, 25 de dezembro de 2012



Para que serve o Tribulus?



O tribulus é um suplemento de ervas usado desde o final dos anos 70 na Europa Ocidental. Uma de suas propostas é aumentar a liberação do hormônio luteinizante para assim aumentar a produção de testosterona, a produção de espermatozoides, o aumento do volume ejaculatório, e aumento da libido.
É difícil achar pesquisas feitas sobre o Tribulus, a maioria das que existem tem relação com uma companhia Bulgariana chamada Sopharma, que produziu o primeiro tribulus, chamado Tribestan®. Isso não significa que as informações sejam falsas, mas devemos ter em mente que elas não são totalmente imparciais.
A proposta original do Tribulus era ser um tônico para tratar disfunção erétil. F dado o Tribestan® para homens saudáveis em uma dose de 750mg por dia, durante cinco dias. O LH e a testosterona aumentaram em 72% e 40% respectivamente. Como era de se esperar, o Estradiol (hormônio relacionado ao estrogênio) também aumentou, e em 81% !
O aumento da testosterona é o efeito mais comentado pelos vendedores de Tribulus, no entanto, não podemos esquecer que quando aumentamos a testosterona você aumenta a aromatização e com isso, o nível de estrogênio. Para falar em números: na pesquisa feita, os homens tinham em média 600ng/dL de testosterona, e ficaram com 850ng/dL, quantidade ainda normal para homens. O estradiol, que estava em 76 pg/ml foi para 137,5 pm/ml, quantidade considerada além do normal, que seria de 20 a 80 pg/ml.
Então porque não sofremos os sintomas que os níveis elevados de estrogênio nos causam, como a ginecomastia? Um dos motivos seria a má qualidade da maioria dos suplementos de Tribulus. Testes em laboratórios, (pagos pela Sopharma) em manufaturas de extrato de Tribulus mostraram que a maioria não continham níveis suficientes de protodioscina.

Extrato ou Erva?

          Outro fato que vale a pena falar é que o Tribulus Terrestris como um suplemento em erva (cru) é diferente do extrato. O “cru” se parece com qualquer outra erva que foi seca e triturada (figura 1) , e o extrato se é um pó marrom com um tom avermelhado (figura 2).






             O extrato de Tribulus é seguro e parece não ter nenhum efeito colateral. Uma das razões para isso é que ele não eleva a testosterona além do limite. O corpo parece regularizar a aromatização para acomodar o aumento de LH e testosterona. Nenhum estudo profundo foi feito para provar isso, mas pelas mudanças observadas no nível de testosterona e estradiol, eu diria que há uma grande chance de ser verdade.

Resumo





Benefício observado

Aumento da liberação do hormônio luteinizante (LH) e assim aumento da produção de testosterona. Mesmo o mais potente tribulus não lhe trará os efeitos colaterais das “bombas”.
Há estudos para provar?

Sim, porém foram feitos pela Sopharma, laboratório que produz o Tribestan®. A pesquisa mostrou um aumento de ~72% do LH, ~40% da testosterona e ~80% do estradiol.

Mecanismo de ação

O tribulus terrestris estimula a liberação de LH na glândula pituitária. O mecanismo exato ainda é muito vago e essas são especulações.

Interage com outros nutrientes?

Não

Dose efetiva

As doses usadas no teste foram de 750 a 1500 mg por dia. (No teste, eles tomara o Tribestan® que é de boa qualidade, para outros suplementos com pouca quantidade de protodioscina serão necessárias doses maiores.) O Tribulus da farmácia de manipulação Botânica Tupã é de boa qualidade também, para comprá-lo bastas clicar na imagem abaixo.

Como tomar

De 750 a 1500mg por dia. Divida as doses para tomá-las após suas refeições diárias. Exemplo: 500mg após o café da manhã, 500mg após o almoço e 500mg após o jantar.
Homens: Uso sem interrupções por 3 a 6 meses. Após esse tempo ficar 1 ou 2 meses sem tomar.
Mulheres: Um estudo recomenda tomar do quinto ao décimo quarto dia do ciclo menstrual. NÃO USAR DURANTE A GRAVIDEZ.

É tóxico?

Não

Recomendado para

Pode ser mais eficaz para corrigir um declínio na amplitude e/ou frequência do LH. Deve ser eficaz também para levar o nível de testosterona para a normalidade, em casos que esteja baixo,  como os seguintes:
§  Pessoas com caso de hipogonadismo
§  Após um clico de esteróides
§  Pessoas que malham muito pesado (overtraining)
§  Declínio de testosterona relacionado à idade
§  Durante dietas extremas ou prolongadas (lembre-se que a gordura é necessária para produção de testosterona.)
Nota: Tomar um inibidor de aromatização (aromatase) deverá aumentar a eficácia do extrato de Tribulus terrestris para aumentar a testosterona. Geralmente são muito caros, porém a Crisina tem um preço acessível, peça em sua farmácia de manipulação de confiança.


Referencia :

malhandocerto.com/suplemento/tudo-sobre-o-tribulus-terrestris

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

ATIVIDADE ELETROMIOGRAFICA DA EXTENSÃO DO QUADRIL NO PILATES...


Análise da resistência externa e da atividade 
eletromiográfica do movimento de
 extensão de quadril realizado 
segundo o método Pilates


Resumo
Objetivos: Comparar a ativação elétrica do reto femoral (RF), do bíceps femoral cabeça longa (BF) e semitendíneo (ST) e o torque de resistência (TR) do movimento de extensão de quadril (EQ) realizado com a mola fixada em duas posições distintas no Cadillac. 
Métodos: 12 sujeitos realizaram 5 repetições de EQ com a mola fixada em duas posições (alta e baixa). Dados de eletromiografia (EMG) e eletrogoniometria foram coletados simultaneamente. O root mean square foi calculado e normalizado com base na contração voluntária máxima. Para o cálculo do TR, foram usados diagramas de corpo livre (DCL) e equações de movimento. ANOVA one-way foi usada para verificar as diferenças para EMG entre as posições de mola (p<0,05). Resultados: Com a mola fixa na posição alta, o TR foi classificado como decrescente e ocorreu no “sentido” de flexão na maior parte da amplitude de movimento (ADM). Para posição baixa, o TR  foi descrescente até 60º de flexão de quadril no sentido de flexão e, a partir daí, assumiu um comportamento crescente no sentido da extensão. Conclusões: A análise EMG pareceu acompanhar o TR, apresentando valores maiores para o RF na posição baixa e maiores valores de ativação para o BF e ST na posição alta, onde a demanda externa foi maior. Dados de EMG e TR  fornecem informações Complementares para prescrição de exercícios no Pilates. 

Palavras-chave: torque; eletromiografia; Pilates; extensão do quadril.


Introdução 
O método Pilates foi originalmente desenvolvido por Joseph Pilates durante a Primeira Guerra Mundial e levado para os EUA em 1923 1-3 . O conceito inicial misturava elementos de ginástica, artes marciais, yoga e dança, focando o relacionamento entre corpo  e  disciplina  mental 3-5 .  A  experiência  de  trabalho  no  Pilates  é  caracterizada  pelo  uso  de  aparelhos  diferenciados  em que a sobrecarga externa (carga externa) imposta à estrutura musculoesquelética  é  obtida  pelo  auxílio  de  molas 3 .  Mais  recentemente,  novos  elementos  têm  sido  incorporados  ao  programa que tem sido direcionado tanto para o condicionamento físico 6-8  como para programas de reabilitação 9-11.
Alguns  procedimentos  de  fisioterapia  nos  quais  os  exercícios  de  Pilates  têm  sido  usados  incluem  fins  terapêuticos, reeducação neuromuscular, atividade funcional e estabilização da região lombar-pélvica 3,12,13 . Entretanto, o critério de escolha das variáveis (posição do indivíduo e posicionamento de mola) 
que modulam a sobrecarga dos exercícios no Pilates ainda vem sendo  realizado  por  meio  de  avaliações  subjetivas.  Por  outro lado, o conhecimento do torque de resistência (TR) que um determinado exercício oferece juntamente com informações referentes à ativação muscular também deveriam ser considerados 
como critérios de escolha de exercícios. Não obstante, apesar da grande popularidade do Pilates na prática clínica, o que se observa  é  uma  enorme  carência  de  estudos  científicos  tanto com aplicação na Fisioterapia, como com abordagem cinesiológica, fisiológica e/ou biomecânica 12,14,15 . Fora do ambiente de Pilates,  estudos  com  pesos  livres,  máquinas  de  musculação e materiais elásticos têm mostrado que a análise do TR pode indicar, por exemplo, se a carga externa imposta ao praticante é maior no início ou no final de uma amplitude de movimento (ADM) e se a mesma está condizente com a capacidade de produção de força dos músculos atuantes e, desse modo, subsidiar a seleção de exercício 16-18 . Ademais, outros estudos quantificaram  e  compararam  a  atividade  eletromiográfica  (EMG)  e  as cargas externas aplicadas nos músculos de interesse durante exercícios  típicos  de  musculação  e  sugeriram  que  dados  biomecânicos (EMG e carga externa) deveriam ser considerados quando um programa de reabilitação é desenvolvido 18,19 .Na intervenção de fisioterapia, tem sido comum o uso de aparelhos  do  Pilates  para  realização  da  extensão  de  quadril com  enfoque  na  ativação  de  músculos  específicos,  como  extensores  do  quadril  e  glúteo  máximo,  objetivando  a  estabilização  da  região  lombar-pélvica 12,20,21 .  Um  dos  aparelhos  que permitem a realização de uma enorme quantidade de padrões de movimentos e posturas é o tradicional Cadillac. Quando o movimento de extensão de quadril (EQ) é realizado de maneira lenta e constante, como preconizado pelo método Pilates, o TR que esse aparelho oferece depende de uma relação entre fatores como: a) o coeficiente de deformação da mola (K), b) o posicionamento da mola, c) o peso do segmento humano móvel e d) distâncias perpendiculares das forças envolvidas (da mola e do peso do segmento) em relação ao eixo articular no centro da articulação do quadril. Apesar da complexidade, algumas técnicas  de  pesquisa  em  biomecânica,  como  representação  das forças envolvidas por meio de diagrama de corpo livre (DCL) e equações de movimento, podem ajudar a classificar objetivamente o tipo de resistência de um exercício. O conhecimento do comportamento do TR
 e da EMG dos músculos durante os exercícios  no  Pilates  pode  ser  considerado  como  ferramenta 
para  indicar  a  sobrecarga  sobre  o  sistema  musculo tendíneo e complementar na escolha dos exercícios do Pilates durante um programa de reabilitação. Assim, os objetivos deste estudo foram comparar a ativação elétrica do reto femoral (RF), do bíceps femoral cabeça longa (BF) e semitendíneo (ST) e o torque 
de resistência do movimento de EQ realizado com a mola fixa em duas posições distintas.

Materiais e métodos 

Amostra
Participaram deste estudo 12 sujeitos de ambos os sexos, praticantes de Pilates, com idade média de 34,25±11,48 anos; altura média de 163,75±11,48cm e massa corporal média de 62,14±13,96Kg.  O  critério  de  inclusão  foi  que  os  indivíduos fossem saudáveis, sem histórico de lesão musculoesquelética 
e que tivessem realizado, no mínimo, 30 aulas de Pilates. Todos  assinaram  um  termo  de  consentimento  livre  e  esclarecido  e  foram  informados  do  direito  de  deixar  de  participar da coleta de dados a qualquer momento, caso assim desejassem. Durante o protocolo de avaliação, não houve registro de perdas  amostrais.  Este  estudo  foi  aprovado  pelo  Comitê  de Ética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde foi realizado, sob o parecer nº2007903.

Aquisição dos dados

Protocolo de avaliação
O protocolo de avaliação foi realizado no aparelho Cadillac, o qual possui duas características chaves que possibilitam o desenvolvimento de uma infinita variedade de exercícios, que são: a) opções de altura e de localização para o posicionamento das molas  e  b)  utilização  de  molas  com  diferentes  coeficientes  de 
deformação, classificadas pelas suas cores, conforme o nível de resistência oferecida por elas (Figura 1). Primeiramente, os sujeitos foram posicionados em decúbito dorsal sobre o Cadillac. Cada sujeito realizou 5 repetições do movimento de EQ, partindo


Figura 1. Posições do exercício de extensão de quadril realizado no aparelho Cadillac: a) inicial, b) intermediária, c) final. A seta de cor preta indica a posição alta, e a seta de cor branca indica a posição baixa para fixação da mola.

de 90º de flexão de quadril até 0º de flexão de quadril, em duas posições distintas: 1) com as molas posicionadas na posição alta (86cm em relação ao nível em que estava o indivíduo) e 2) com as  molas  posicionadas  na  posição  baixa  (20cm  em  relação  ao nível em que estava o indivíduo). Foi utilizado um intervalo de 1 minuto entre as posições. Molas classificadas pelo fabricante pela cor azul foram previamente calibradas, sendo encontrada uma constante elástica (K) de 0,013 kg/cm.

Eletromiografia e goniometria
Dados de eletromiografia e eletrogoniometria foram coletados simultaneamente por meio de um Sistema de Aquisição de  Dados  Miotec  (Miotec  Equipamentos  Biomédicos  Ltda, POA, Brasil). As posições angulares da articulação do quadril durante o protocolo de avaliação dos exercícios foram registradas usando um goniômetro eletrônico (Miotec Equipamentos Biomédicos  Ltda,  POA,  Brasil).  A  taxa  de  amostragem  tanto para  eletromiografia  quanto  para  eletrogoniometria  foi  de 2000Hz. Para captação do sinal eletromiográfico (sinal EMG), foram  observados  rigorosamente  todos  os  procedimentos recomendados  pela  Sociedade  Internacional  de  Eletrofisiologia  e  Cinesiologia,  como  depilação,  limpeza  do  local  com álcool,  colocação  dos  eletrodos  e  verificação  da  impedância (aceita  quando  inferior  a  5KΩ).  O  eletrodo  de  referência  foi colocado no joelho direito sobre o processo estilóide da fíbula. Os músculos monitorados foram: RF, BF e o ST. Utilizaram-se pares de eletrodos de superfície descartáveis, da marca Kendall (Meditrace – 100; Ag/AgCl; diâmetro de 2,2cm com adesivo de fixação, na configuração bipolar), para cada músculo. Os eletrodos  foram  colocados  sobre  o  ventre  muscular,  paralelo  às fibras musculares, de forma que ficassem distantes 2cm um do outro. Para o RF, os eletrodos foram colocados a 50% na linha entre a espinha ilíaca ântero superior e a parte superior da patela e, para o BF e o ST, os eletrodos foram posicionados a 50% na linha entre a tuberosidade isquiática e o epicôndilo lateral e  medial,  respectivamente 22 .  Para  efeitos  de  comparação,  os sinais de EMG foram normalizados com base na máxima ativação  isométrica  dos  extensores  de  quadril.  Para  isso,  antes do  início  do  protocolo  de  avaliação  descrito  acima,  todos  os sujeitos foram submetidos à realização de um teste de contração voluntária máxima isométrica (CVMI). Este teste consistiu na execução de duas CVMIs, com duração de cinco segundos cada, com intervalo de 2 minutos entre elas, estando o quadril posicionado a 90 graus de flexão. A maior CVMI foi utilizada como referência para normalização. 

Análise dos dados
Para  análise  dos  dados,  os  sinais  de  eletromiografia  e eletrogoniometria   foram   submetidos   a   um   procedimento de  filtragem  digital  com  o  auxilio  do  software  SAD32,  versão 2,61,07mp. Para o sinal EMG, foi utilizado um filtro passa-banda butterworth,  terceira  ordem,  com  frequências  de  corte  entre 
20 e 500Hz, enquanto que, para o sinal de eletrogoniometria, foi  utilizado  um  filtro  média-móvel  com  frequência  de  corte de 3Hz. Com intuito de focar a análise no movimento de EQ, as curvas de EMG foram primeiramente divididas de acordo com o  começo  e  o  final  de  cada  repetição  feita,  tendo  como  base 
as posições angulares registradas. Para uma avaliação mais detalhada, o movimento de EQ foi dividido em duas partes, que corresponderam  a  50%  do  movimento  de  extensão:  primeira metade  (MET1)  e  segunda  metade  (MET2).  O  valor  RMS  de cada trecho recortado de cada repetição e de cada metade da extensão foi calculado e depois a média desses valores foi computada, normalizada e usada para análise estatística.  O TR é composto pelo torque do peso (TP) do segmento e pelo torque da força da mola (TMO), o qual é gerado pela força da mola e sua respectiva distância perpendicular com relação ao centro de rotação do quadril. Para o cálculo do TR, foram desenhados diagramas de corpo livre do segmento móvel coxa-perna-pé. A partir do DCL e com base na equação de equilíbrio de Euler (equação 1), foi possível estabelecer uma relação entre os torques do exercício. Para estimar o TR, os torques realizados no sentido horário foram considerados positivos, enquanto que os torques no sentido anti-horário foram considerados negativos. Devido à baixa velocidade de execução do exercício, a situação foi considerada “quase-estática”, desprezando-se todo e qualquer efeito inercial envolvido. 


 Tm + Tp - Tmp = 0

Em que:
Tm= torque muscular
Tp= torque do peso do segmento
Tmp= torque da força da mola
O torque muscular é representativo da atividade da musculatura que envolve a articulação do quadril, sendo a expressão líquida  do  recrutamento  dos  músculos  extensores  e  flexores. O TR do exercício, que se opõe à atividade muscular, será dado pelo somatório dos demais torques. Para representação do TR, a equação 1 pode ser reformulada (equação 2). 

Tm = Tmo -Tp

Na  equação  2,  o  lado  direito  da  equação  representa  a  resistência imposta sobre o segmento envolvido. Nesta abordagem,  três  situações  são  possíveis:  (1)  Tmo>Tp,  caracterizando um TR no sentido da flexão do quadril, consequentemente um torque  muscular  de  extensão;  (2)  Tmo < Tp,  caracterizando  um torque de resistência no sentido da extensão do quadril, consequentemente  um  torque  muscular  de  flexão;  e  (3)  TMO=TP, caracterizando  um  TR  nulo,  e  consequentemente  um  torque 
muscular  também  nulo.  Dada  a  característica  dinâmica  do exercício, em que os torques da mola e do peso do segmento variam continuamente, a situação (3), se ocorresse, ocorreria durante  um  instante  de  tempo  bastante  curto,  podendo  ser desconsiderada.  As  distâncias  perpendiculares  da  força  da mola e do peso do segmento foram obtidas a partir de relações trigonométricas,  por  meio  da  medição  direta  do  ângulo  do quadril ao longo de toda a amplitude do movimento e, no inicio e final do movimento, da medição do ângulo entre a mola e o segmento humano e das distâncias correspondentes. Para avaliação da FMO
 por todo o arco do movimento foram usadas relações  trigonométricas  associadas  ao  coeficiente  de  deformação determinado pela calibração 23 . Os parâmetros inerciais utilizados (peso, posição do centro de massa e dos segmentos envolvidos coxa-perna-pé) foram estimados a partir de tabelas antropométricas  obtidas  na  literatura 24 .  Os  cálculos  necessários  para  quantificação  do  TR  foram  desenvolvidos  no  Excell (version 1997, Microsoft Windows).
Para demonstração gráfica do comportamento simultâneo da  EMG  com  o  TR
  durante  o  exercício  avaliado,  o  sinal  EMG filtrado e normalizado foi submetido a um processo de suavização, em que foi calculado o valor RMS em janelas móveis de 1 segundo, com ponderação de Hamming.

Estatística
Os  dados  foram  analisados  utilizando-se  o  software  SPSS 10,0. Inicialmente foi verificada a equivalência das variâncias (teste  de  Levene)  e  normalidade  dos  dados  (Shapiro-Wilk). Confirmada a aderência ao modelo normal, ANOVA one-way foi usada para verificar as diferenças entre a ativação elétrica de cada músculo (RF e BF) nas seguintes comparações:1) comparação da EMG dos músculos avaliados durante o movimento completo EQ, entre as posições 1 e 2; 2) comparação da EMG de cada músculo registrada na primeira metade do movimento de EQ na posição 1, com a primeira metade do
movimento  de  EQ  na  posição  2;  3)  comparação  da  EMG  de cada  músculo  registrada  na  segunda  metade  do  movimento de  EQ  na  posição  1,  com  a  segunda  metade  do  movimento de EQ na posição 2; 4) comparação da EMG de cada músculo registrada na primeira metade do movimento com a segunda metade do movimento de EQ, com a mola fixa na posição 1; 5)comparação da EMG de cada músculo registrada na primeira metade do movimento com a segunda metade do movimento de EQ, com a mola fixa na posição2. O nível de significância adotado em todos os testes foi p<0,05.

Resultados 
O  TR apresentou  um  comportamento  muito  similar  para todos  os  indivíduos,  com  pequenas  variações  devido  aos  parâmetros inerciais e antropométricos de cada sujeito, mas que não alteraram o desenho da curva do TR do exercício avaliado (Figura 2 e 3). Assim, com a mola fixa na posição alta, o T
R foi classificado como decrescente e ocorreu no “sentido” de flexão e com a mola fixa na posição baixa, o TR foi classificado como decrescente até aproximadamente 60º de flexão de quadril no “sentido” de flexão e, após, crescente, no “sentido” da extensão.As  Figuras  2  e  3  apresentam  o  comportamento  típico  do 
TR  simultaneamente  com  a  resposta  EMG  obtida  durante  a EQ para um indivíduo. Em geral, pode-se observar que a EMG apresentou maiores percentuais de ativação para o BF e ST em relação ao RF na posição alta (Figura 2) e maiores valores para o RF quando comparado ao BF e ST na posição baixa (Figura 3). Comparando visualmente as metades do movimento em cada posição de mola, é possível identificar, na Figura 2, uma maior e  crescente  ativação  eletromiográfica  de  todos  os  músculos avaliados na segunda metade do movimento, em que o TR é decrescente. Já, na Figura 3, nota-se que a ativação do RF é maior 



Figura  2.  Comportamento  típico  do  torque  de  resistência  (TR)  e  da EMG normalizada para um sujeito representativo da amostra durante a realização do exercício com a mola fixa na posição alta do Cadillac.



Figura  3.  Comportamento  típico  do  torque  de  resistência  (TR)  e  da EMG normalizada para um sujeito representativo da amostra durante a realização do exercício com a mola fixa na posição baixa do Cadillac. 


que  a  dos  extensores,  principalmente  na  segunda  metade  do movimento, local em que o TR ocorreu no sentido de extensão. Esses resultados foram confirmados com significância pelo tratamento estatístico e estão apresentados nas tabelas 1, 2 e 3. A Tabela 1 apresenta os resultados totais da EMG dos músculos 
avaliados durante o movimento de EQ e o resultado da comparação entre as posições 1 e 2, separadamente para cada músculo. A Tabela 2 apresenta os resultados parciais da EMG, divididos por trechos (MET1 e MET2), dos músculos avaliados durante o movimento de EQ. Nesta tabela, os resultados da comparação 
entre posições, para um mesmo trecho de um mesmo músculo, são apresentados na última linha, enquanto que os resultados da comparação entre trechos, para uma mesma posição de um mesmo músculo, são apresentados nas colunas intermediárias.

Tabela  1.  Valores  da  EMG  expressos  em  percentual  da  contração voluntária  máxima  isométrica  dos  músculos  avaliados  durante  a extensão de quadril e resultado da comparação entre as posições 1 e 2.




Discussão 
Diante das diferenças no comportamento de TR, observado entre as duas posições de mola avaliadas no presente estudo, espera-se  que  os  músculos  gerem  diferentes  estratégias  neuromusculares  para  vencer  a  variação  de  resistência  imposta a eles e ainda proporcionar estabilidade articular. Nessa direção,  ao  comparar  o  sinal  EMG  dos  músculos  avaliados  entre as posições 1 e 2, foram encontradas diferenças significativas apenas para o grupo dos extensores de quadril, sendo que a ativação elétrica do BF e do ST, na posição alta, foram superiores aos valores encontrados para o BF e para o ST, para a posição
baixa (p<0,05) (Tabela 1). Acredita-se que essas diferenças na ativação elétrica tenham ocorrido devido à menor necessidade de  recrutamento  de  unidades  motoras  frente  a  uma  menor demanda externa sobre os músculos extensores avaliados, na medida em que, na maior parte da amplitude de movimento com a mola posicionada na posição baixa, o sentido do torque de resistência foi de extensão.Quando   foram   realizadas   comparações   parciais   do sinal  EMG  dos  músculos  avaliados  entre  as  posições,  as diferenças encontradas para o grupo dos extensores foram mantidas relativamente ao movimento completo (Tabela 2). Entretanto,  o  mesmo  não  ocorreu  para  o  RF,  o  qual  apresentou maiores valores de ativação para a fixação da mola na  posição  baixa,  quando  analisada  a  primeira  metade  do movimento. Especula-se que um maior recrutamento do RF neste trecho do movimento, em que o mesmo não é motor 
primário  da  extensão,  seja  devido  à  maior  necessidade  de controle e estabilização do movimento em resposta ao com-portamento decrescente do TR, que atinge valores nulos na primeira metade do movimento.Ainda com respeito à análise da resposta do sinal eletromiográfico durante o exercício realizado na posição 1, contrário à expectativa teórica de que houvesse um maior recrutamento de unidades motoras na faixa de movimento onde a magnitude do TR do exercício é maior, ou seja, na MET1 do movimento, 
observou-se que o grupo dos extensores do quadril apresentou maiores valores de ativação elétrica na MET2 do movimento avaliado  (p<0,05)  (Figura1A)  (Tabela  2).  Considerando  que  o exercício foi realizado de forma extremamente lenta e controlada, acredita-se que a maior ativação dos músculos extensores nesse trecho tenha sido devido à maior necessidade de retroverter  o  quadril  e  manter  a  região  lombar-pélvica  apoiada  à medida que o segmento coxa-perna-pé se aproximava do solo. 
Nessa situação, é bem provável que outros músculos, como os glúteos  e  o  abdome,  contribuam  em  sinergismo  para  evitar que a pelve se movimente em anteroversão e a coluna realize hiperextensão. Em um programa de reabilitação com enfoque na estabilização da região pélvica-lombar, em que os músculos 
posteriores do quadril necessitam ser fortalecidos, realizar esse exercício na posição alta pode ser uma opção para o início do tratamento. Isso porque, com a mola alta, o TR do exercício foi decrescente, o que significa que o fisioterapeuta pode variar a carga externa sobre os músculos durante a ADM, exigindo mais 
no trecho em que os músculos estão mais alongados, ou seja, em  situação  fisiológica  mais  favorável  para  geração  de  força muscular (relação força-comprimento) 25 . Além disso, com base nos resultados de ativação elétrica, ao escolher a posição alta na fase inicial de um tratamento, o fisioterapeuta pode induzir 
aumento gradual de recrutamento de unidades motoras à medida que o paciente realiza a extensão completa de quadril, e esse resultado é obtido sem aumentos na sobrecarga externa aos músculos e tendões (Figura 2). Assim, os músculos de interesse são submetidos a uma gradual e segura adaptação neural ao exercício, o que também é interessante quando o objetivo principal é a cicatrização de uma lesão nos componentes passivos da musculatura posterior do quadril.Quando a mola foi fixada na posição 2,  foi observado que 
o TR ocorreu no sentido de flexão e, em seguida, mudou para o sentido de extensão (Figura 3). Consequentemente, entende-se que o TR extensor foi equilibrado pelo torque muscular gerado entre  outras  estruturas  pelo  grupo  muscular  dos  flexores  de quadril.  Essa  característica  mecânica  tende  a  gerar  uma  resposta neuromuscular diferente daquela observada na posição 1, pelo menos em relação aos níveis de ativação do grupo muscular extensor de quadril, os quais não são músculos motores primários  de  flexão  de  quadril.  Nessa  situação,  é  bem  provável que o grupo dos flexores de quadril estejam contribuindo 
excentricamente  como  motores  primários,  enquanto  que  os extensores  assumam  cada  vez  mais  o  papel  de  estabilizar  a articulação do quadril. Embora, neste trabalho, a EMG de um único músculo flexor de quadril tenha sido realizada, os achados tendem a confirmar essa hipótese, pois, na segunda metade 
da extensão, foram encontrados os maiores níveis de ativação elétrica  do  músculo  RF  (p<0,05)  (Tabela  2).  Interessante  perceber que não houve diferenças na ativação dos músculos BF e ST para a posição 2, o que pode indicar que, ainda que o reto femoral contribua excentricamente como motor primário do movimento (impedindo que o segmento móvel “caia”), a ativação dos extensores passa a ter a função de manter a estabilidade articular desejada para o exercício. Esses resultados estão de acordo com os princípios defendidos pelo método Pilates, cuja técnica permite que haja uma combinação entre a ativação de todos os músculos envolvidos durante a realização de um exercício com intuito de gerar a melhor estratégia motora para  estabilizar  as  articulações 20,21 .  Como  aplicação  clínica,  o exercício realizado com a mola na posição 2 pode ser indicado na reabilitação de algumas lesões nas estruturas musculotendíneas de corredores como da tendinite 26 . A característica que chama atenção do exercício com a mola baixa é o fato de que a  TR  apresenta  baixa  demanda  externa,  mudando  de  sentido ao longo da ADM. Essa pode ser uma estratégia interessante para  fase  intermediária  de  um  programa  de  reabilitação  que busca  fortalecimento  excêntrico  para  os  flexores  de  quadril. Nesse exercício, no trecho em que o TR é maior, os flexores estão alongados (maior capacidade de gerar força) 25  e os níveis de EMG do RF são maiores por toda ADM (Figura 3). Isso indica que há uma maior contribuição dos componentes passivos e ativos para produção de força, mecanismo recomendado para recuperação desse tipo de lesão 26,27 .Os achados do presente estudo sugerem que certas alterações  na  posição  de  mola  durante  o  exercício  de  extensão  de quadril no Cadillac podem ser mais apropriadas para um objetivo clínico do que para outro. Em outras palavras, modificar a posição de molas, como é comumente feito na prática clínica usando Pilates, não altera apenas a “intensidade” do exercício como de fraco para moderado ou de moderado para intenso, mas fundamentalmente interfere na participação de músculos como motores primários ou não na execução de determinado movimento  e  na  importância  da  contribuição  das  estruturas passivas e/ou ativas para geração de força durante o exercício. 


Conclusão 
No momento, pode-se concluir que, nas comparações gerais, a análise EMG acompanhou o TR, apresentando valores maiores para o RF na posição baixa e maiores valores de ativação para o BF e ST na posição alta, em que a demanda externa sobre os mesmos foi maior. No entanto, nas comparações parciais com a  mola  alta,  foram  encontrados  maiores  valores  de  EMG  na porção  de  movimento  em  que  o  TR  foi  menor,  enquanto  que, na  mola  baixa,  ainda  que  o  TR  mude  de  sentido  ao  longo  da ADM, níveis constantes de EMG foram observados. Acredita-se que este trabalho representa um primeiro passo no sentido de estruturar critérios objetivos (TR e EMG) para a elaboração de programas de reabilitação usando exercício no Pilates. 


Referências  bibliográfica

1.    Muscolino  JE,  Cipriani  S.  Pilates  and  the  ‘‘powerhouse’’.  J  Bodyw  Mov Ther. 2004;8(1):15-24.
2.    Latey P. The Pilates method: history and philosophy. J Bodyw Mov Ther. 2001;5(4):275-82.
3.    Rydeard R, Leger A, Smith D. Pilates-based therapeutic exercise: effect on subjects with nonspecific chronic low back pain and functional disability: a randomize controlled trial. J Orthop Sports Phys Ther. 2006;36(7):472-84.
4.    Self  BP,  Bagley  AM,  Triplett  TL,  Paulos  LE.  Functional  biomechanical analysis of the Pilates-based reformer during demi-plié movements. J Appl Biomech. 1996;12(3):326-37.
5.    Latey P. Updating the principles of the Pilates method – Part 2. J Bodyw Mov Ther. 2002;6(2): 94-101.
6.    Jago R, Jonker ML, Missaghian M, Baranowski T. Effect of 4 weeks of Pilates on the body composition of young girls. Prev Med. 2006;42(3):177-80.
7.    Segal NA, Hein J, Basford JR. The effects of Pilates training on flexibility and body composition: an obserrvational study. Arch Phys Med Rehabil. 2004;85(12):1977-81.
8.    Bertolla F, Baroni BM, Leal Junior ECP, Oltramar JD. Efeito de um programa de  treinamento  utilizando  o  método  Pilates ®   na  flexibilidade  de  atletas juvenis de futsal. Rev Bras Med Esporte. 2007;13(4):222-6.
9.    Donzelli S, Di Domenica E, Cova AM, Galletti R, Giunta N. Two different techniques in the rehabilitation treatment of low back pain: a randomized controlled trial. Eura Medicophys. 2006;42(3):205-10.
10.  Blum  CL.  Chiropractic  and  pilates  thepapy  for  the  treatment  of  adult scoliosis. J Manipulative Phisiol Ther. 2002;25(4):E3.
11.  Kolyniak  IEGG,  Cavalcanti  SMB,  Aoki  MS.  Avaliação  isocinética  da musculatura envolvida na flexão e extenção do tronco: efeito do método Pilates. Rev Bras Med Esporte. 2004;10(6):487-90.
12.  Bernardo  LM.  The  effectiveness  of  Pilates  training  in  healthy  adults: An appraisal of the research literature. J Bodyw Mov Ther. 2007;11(2):106-10.
13.  Bryan  M,  Hawson  S.  The  benefits  of  pilates  exercise  in  orthopaedic rehabilitation. Tech in Orthop. 2003;18(1):126-9. 
14.  Souza MS, Vieira CB. Who are the people looking for the Pilates method? J Bodyw Mov Ther. 2006;10(4):328-34.
15.  Touche  RL,  Escalante  K,  Linares  MT.  Treating  non-specific  chronic low  back  pain  through  the  Pilates  method.  J  Bodyw  Mov  Ther.  2008; 
12(4):364-70.
16.  Kulig K, Andrews JG, Hay JG. Human strength curves. Exerc Sport Sci Rev. 1984;12:417-66.
17.  Toledo JM, Ribeiro DC, Loss JF. Critérios mecânicos para progressão de exercícios de rotação interna e externa do ombro no plano sagital. Rev Bras Fisioter. 2007;11(1):49-56.
18.  Ribeiro DC, Loss JF, Cañeiro JPT, Lima CS, Martinez FG. Electromyographical analysis of the quadríceps during knee extension at different speed. Acta Ortop Bras. 2005;3(4):189-93.
19.  Matheson  JW,  Kernozek  TW,  Fater  DC,  Davies  GJ.  Electromyographic activity  and  applied  load  during  seated  quadriceps  exercises.  Med  Sci Sports Exerc. 2001;33(10):1713-25.
20.  Rydeard  R,  Leger  A,  Smith  D.  Pilates-based  therapeutic  exercise: effect on subjects with nonspefic chronic low back pain and functional disability:  a  randomized  controlled  trial.  J  Orthop  Sports  Phys  Ther. 2006;36(7):472-84.
21.  Herrington L, Davies R. The influence of Pilates training on the ability to contract the transversus abdominis muscle in asymptomatic individuals. J Bodyw Mov Ther. 2005;9(1):52-7.
22.  SENIAM.  [home  page  na  Internet].  Netherlands;  c2006-2008  [atualizada em 2008 may 21; acesso em 2008 may 21]. Disponível em: < http://www.seniam.org>.
23.  Loss JF, Koetz AP, Soares DP, Scarrone FF, Hennemann V, Sacharuk VZ. Quantificação da resistência oferecida por bandas elásticas. Rev Bras CiencEsporte. 2002;24(1):61-72.
24.  Winter DA. Biomechanics and Motor Control of Human Movement. 3ª ed.New York: John Wiley Professio; 2004.
25.  Rassier DE, MacIntosh BR, Herzog W. Length dependence of active force production in skelectal muscle. J Appl Physiol. 1999;86(5):1445-57.
26.  Paluska  SA.  An  overview  of  hip  injuries  in  running.  Sports  Med. 2005;35(11):991-1014.
27.  Fredericson  M,  Moore  W,  Guillet  M,  Beaulieu  C.  High  hamstring tendinopathy  in  runners:  meeting  the  challenges  of  diagnosis,  treatment and rehabilitation. Phys Sportsmed. 2005;33(5):32-43.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

VOLTANDO A TREINAR " CORREDORES"


VOLTA AOS TREINO !!!





Por que é tão difícil voltar com regularidade às corridas depois de um grande desafio? Qual o segredo de recomeçar depois de um tempo parado? Tais perguntas parecem bem simples de serem respondidas. Afinal, ninguém duvida de que uma boa dose de determinação e comprometimento são quesitos extremamente necessários para ajudar a se manter sempre na ativa. Por outro lado, há também quem diga que a tarefa de retornar com regularidade aos treinos é tão difícil ou até mais árdua do que começar do zero, pelo menos do ponto de vista de quem sofre constantemente desse “mal”. Muitos são os fatores que podem interferir nesse retorno, que, aos olhos de alguns, deveria ser até fácil, uma vez que a atividade física já faz parte da dia-a-dia da pessoa.
Para a técnica de corrida de Luciana Celante, da Luciana Celante Assessoria Esportiva, de Vitória, Espírito Santo, todo mundo que volta a treinar, seja após uma lesão ou simplesmente após um grande desafio, tem que dar atenção especial a isso, voltando de forma gradativa para não comprometer o que vem pela frente. Afinal, os parâmetros são outros. Por isso, a técnica ressalta a importância de fazer novos testes de avaliação e exames como ergoespirométrico, para determinar a nova condição física do corredor.
“Em geral, uma pessoa que fica cerca de dois meses parada tem que voltar com 40% ou 50% do que ela fazia antes. Para alguém que volta de uma maratona, por exemplo, recomendo que fique duas semanas fazendo atividades alternativas, como pedalar ou nadar. Não é a corrida que lesiona, mas a imprudência com que as pessoas fazem isso”.
Outra profissional que compartilha da mesma opinião de Luciana é a técnica Mônica Peralta, da Peralta Sports, assessoria esportiva paulista. Segundo ela, quem está voltando a correr depois de um grande desafio ou mesmo depois de uma parada precisa compreender que o treinamento é um ciclo, ou uma temporada. “Quando termina esse ciclo, o corpo e também a mente precisa de um período de transição e de descanso”, diz a técnica, complementando ainda que é importante respeitar esse momento e “não sair por aí correndo sem destino apenas levado pela emoção de querer correr”.
Com o auxílio das duas profissionais acima, reunimos aqui algumas dicas importantes para que você consiga voltar a correr sem problemas.

Descanso é fundamental:

Depois de um grande desafio, dê o tempo necessário para seu corpo se recuperar. Muita gente atropela essa fase e acaba se machucando. O que mais os corredores dizem é “estou bem”. Lembre-se de que o cansaço muitas vezes pode não vir logo após uma maratona. Às vezes demora um pouco para se instalar, mas com certeza virá.

Dê um tempo para recuperação muscular:

O sistema fisiológico tem uma condição mais rápida de se recuperar do que o sistema muscular (periférico). Por isso, mesmo que tenha fôlego para agüentar uma corrida mais forte, muito provavelmente seu sistema muscular não se recuperou adequadamente do esforço. Dê o tempo necessário para que esses dois sistemas entrem em equilíbrio.

Menos volume, com menos intensidade:

Todo mundo que volta, precisa prestar atenção nesse fator. Ninguém volta fazendo aquilo que fazia no auge da sua forma, por mais experiente que a pessoa seja. É preciso voltar com baixo volume e baixa intensidade para poder se recuperar bem. Uma das principais causas de lesão nos corredores é exatamente esse aumento rápido de volume.

Volte de forma gradativa:

Se você fazia 70 km por semana antes, volte com 40 ou 50% da carga e adicione de 10 a 15% de quilometragem na semana. Diminua também a intensidade do exercício e aumente de forma gradativa. Se você fazia tiro de 1000 m a 90% do seu máximo na época em estava no auge da sua performance, diminua isso para uns 75% de esforço em relação a sua capacidade máxima e vá aumentando aos poucos.

Não descuide da parte física:

Mesmo que você não queira correr, não descuide da parte física. Faça atividades alternativas, como nadar, pedalar ou simplesmente caminhar. Musculação e exercícios funcionais também são aconselháveis nessa fase de recuperação, de 2 a 3 vezes na semana.

Tire força do seu grupo de corrida:

Se você treina em grupo, use isso a seu favor, principalmente se estiver desmotivado para voltar a correr. Encare numa boa o fato de ter colegas no seu grupo que corriam menos que você e hoje estão à sua frente. Preocupe-se apenas com você. Usar sua experiência de corredor para ajudar quem está começando pode também ser motivador nessa fase de recuperação. É também uma ótima oportunidade de conhecer melhor os seus colegas de equipe que correm no grupo de trás e os quais você não nunca teve oportunidade de conhecê-los.

Estabeleça objetivos:

Logo depois de terminar um desafio ou mesmo retornar depois um tempo parado por algum motivo, procure estabelecer objetivos a curto, médio e longo prazo para manter-se motivado e saber aonde quer chegar. Isso vai ajudá-lo bastante.

Pense no que está por vir:

Não se apegue a percepções do passado, como tempo, velocidade ou distância. O que interesse desse momento para a frente é o que está por vir. Use esses parâmetros como experiência para provas futuras e para conseguir reconstruir algo tão bom quanto o que teve no passado e até melhor.

Fonte: trecho de matéria da revista Contra-relógio, assinada pela jornalista Fernanda Paradizo

Tratamento da Lesão!!!






O tratamento da lesão não está funcionando? Descubra quando procurar uma segunda opinião

Por Winnie Yu | Foto Darrell Eager

O americano John Mayer corre desde a época do colegial. Mas em 2005, aos 45 anos, sua dor no joelho vinha piorando, e ele decidiu consultar um médico. Depois de diagnosticar uma ruptura do ligamento cruzado anterior, "o doutor me disse que não havia nada a ser feito. Como era tão respeitado e foi tão convincente, nem me passou pela cabeça buscar uma segunda opinião". John ficou arrasado e não correu nos seis meses seguintes. Quando retomou os treinos, a dor voltou. Um amigo sugeriu que ele procurasse outro médico, que confirmou o diagnóstico, mas recomendou uma cirurgia artroscópica e fisioterapia. A dor de John diminuiu e, desde então, ele já correu oito maratonas. Nem todo tratamento requer uma segunda opinião. Mas, se ele não evoluiu (e você está ansioso para retomar os treinos), é importante saber quando chegou a hora de ampliar os horizontes.

O médico diz que não há nada a ser feito
Quase todas as lesões de corrida podem ser tratadas. Então, se um médico disser que não pode fazer nada por você, marque uma consulta com outro especialista. É mais provável que um diagnóstico desse tipo queira dizer que "não há nada que aquele médico possa fazer por você", afirma Michael Ross, médico no The Rothman Institute Performance Lab, em Nova Jérsei (EUA). E embora alguns problemas de saúde, como artrite severa nos quadris, tornozelo ou joelho, possam encurtar sua vida nas pistas, você deve confirmar um diagnóstico como esse com outro médico, antes de parar de correr totalmente.
Você começa a sentir uma nova dor
Em 2008, a um mês da Maratona de Chicago, Sue Walsh teve uma lesão da banda iliotibial e procurou um fisioterapeuta. "Eu melhorei, mas comecei a sentir dor nos músculos flexores do quadril da mesma perna em que tinha machucado a banda iliotibial", conta Sue, de 33 anos. "Não consegui melhorar a tempo de correr a maratona." O plano de tratamento adequado não deve provocar novas dores. "Se um paciente está sentindo mais dor ou dor em novos locais, é provável que ele esteja fazendo um tratamento agressivo demais para o problema que tem ou que tenha recebido um diagnóstico incorreto e deve ser reavaliado", diz Michael Chin, diretor médico do The Running Institute, em Chicago (EUA). Mais tarde, um médico fez o diagnóstico de impacto femoroacetabular, uma deformidade óssea do quadril, que exigiu cirurgia. Sue finalmente voltou a correr, dois anos depois do problema inicial da banda iliotibial.

Você não recebeu orientações sobre atividades paralelas
Um bom plano de reabilitação inclui exercícios para ajudá-lo a se manter em forma enquanto se recupera. "Por exemplo, um corredor em tratamento por entorse de repetição no tornozelo deve fortalecer o core [região central do corpo] e os membros superiores", diz Jim Chesnutt, médico esportivo em Portland (EUA). O mais importante é que o médico entenda seus objetivos: se ele souber que você está prestes a correr uma maratona, por exemplo, pode tentar um plano de tratamento mais agressivo. Mas, se faltarem meses para sua prova-alvo, talvez você tenha tempo para descansar e se curar sem precisar de mais exames e intervenções. Se seu médico não perguntar sobre suas metas e preocupação em manter a forma e condicionamento, talvez seja o caso de procurar um que leve isso em consideração.
Você tem lesões recorrentes
Lesões de repetição — ou uma sequência de lesões diferentes — sugerem que você possa ter um problema de saúde de base que não está sendo tratado, segundo Lewis Maharam, médico esportivo em Nova York. Uma paciente de Maharam sofria de fraturas recorrentes nos quadris e nos pés a cada três meses. "Ela estava saudável do ponto de vista biomecânico e seu teste de densidade óssea estava normal. Mas um exame de sangue mostrou que ela tinha um tumor paratireoideo", diz.
Não houve melhoras após quatro semanas
A maioria das lesões deve melhorar e a dor deve diminuir após quatro a seis sessões de tratamento, de acordo com Michael Chin. Se não houver progresso, talvez o programa de reabilitação seja conservador demais. O americano David Bakke recebeu diagnóstico de tendinite patelar uma semana após ter começado a subir escadarias. Foi orientado a alongar e repousar por dez dias. Após duas semanas, não percebeu melhoras e procurou outro médico, que prescreveu exercícios para fortalecer os quadríceps. "Em dez dias, eu estava pronto para retomar os treinos de corrida", diz.
O médico não pergunta sobre sua saúde geral
Quando você vai ao médico queixando-se de uma lesão de corrida, um bom profissional também fará perguntas sobre seus hábitos de saúde e tentará medir seu nível de condicionamento físico. Por exemplo, corredores que não estejam dormindo o suficiente podem ficar mais propensos a lesões. Uma dieta deficiente em cálcio e vitamina D pode nos tornar vulneráveis a fraturas por estresse. Corredores iniciantes geralmente tentam fazer muita coisa em pouco tempo. Se o médico não considerar sua saúde como um todo, considere a possibilidade de buscar uma segunda opinião.


Musculação x Corrida




Musculação ajuda a melhorar o desempenho dos corredores
A prática contribui para o fortalecimento muscular, melhora a resistência física e a postura corporal, e previne lesões causadas pelo impacto da atividade
A busca por uma vida mais saudável tem atraído muitos praticantes para as corridas de rua. O esporte tem ganhado cada vez mais adeptos e não para de crescer o número de competições dessa modalidade. As provas são direcionadas para corredores de todos os níveis.
A musculação aparece como uma forte aliada dos atletas que desejam melhorar o desempenho nas corridas e querem superar seus próprios resultados. “O treinamento de força trabalha mais o sistema anaeróbico e leva o corredor a suportar por mais tempo o acúmulo de lactato – uma substância utilizada como fonte de energia – o que induz a uma melhora de desempenho do atleta, principalmente em provas em que o objetivo é a diminuição do tempo”, explica Paulo Júnior, professor de musculação da Academia Equilíbrio ABC.
Os treinos musculares devem ser estruturados com ênfase nos músculos inferiores, pois o estresse deles é muito grande durante as provas de corrida, mas o resto do corpo não deve ser esquecido. As regiões abdominal e lombar também sofrem grande impacto durante a atividade e precisam ser fortalecidas, além de melhorar a postura.

Para Paulo Júnior os principais exercícios para os membros inferiores são: leg press 45º ou horizontal, para trabalhar o quadríceps, cadeira extensora, mesa e cadeira flexora, que enfatizam a parte posterior da coxa, e o aparelho gêmeos, que exercita a panturrilha.

O profissional ainda sugere exercícios para os membros superiores, como: supino para o peitoral, pulley costas para a parte dorsal e rosca direta para os bíceps.

É importante direcionar os treinamentos de musculação para os diferentes tipos de corredores e provas. Como explica Paulo: “Pode-se aperfeiçoar o treino de um corredor que compete em provas de longa duração, fazendo um trabalho de resistência muscular, se a prova for de curta duração, pode ser feito um trabalho de potência muscular no atleta”.

A frequência com que se deve praticar a musculação varia muito de acordo com o nível do atleta. A maioria dos treinadores opta por fazer em dias alternados aos de treino específico de corrida. “O mais indicado é fazer o treinamento muscular tres vezes por semana”, conclui Paulo Júnior.